Por Jairo Marques
24/06/14 13:06
Ainda faltam um queijo e uma rapadura
para acabar o Mundial, mas já elegi a minha imagem que marcará essa competição
para sempre:
Claro que só poderia ser a do
meio-campista Mark Bresciano, da Austrália, que, na semana passada, entrou em
campo ao lado do garoto Alan, que usa muletas.
Mais do que isso, o craque se abaixou,
no meio do gramado, e fez a gentileza de amarrar as chuteiras do moleque.
Tem que essa imagem é honesta, não tem
apetrechos, não tem mimimis. Ela mostra uma criança com deficiência de verdade
fazendo aquilo o que diversas outras também fizeram: acompanhou uma seleção
entrar em campo durante uma Copa do Mundo.
Essa demonstração tem o poder de
valorizar as diferenças e as necessidades particulares das pessoas. Tem potencial
para instigar que mais gente acredite que cada um joga da maneira que consegue,
que bem entender.
Poxa, imaginem vocês se a seleção
brasileira entrasse em campo acompanhada de toda a diversidade que compõe o
nosso país: um pretinho, um cadeirantinho, um japinha, um indiozinho, um
downzinho…. isso sim seria impactar o planeta.
A questão não é fazer uma caridade para
um desgraçado, é mostrar que na nossa festa todo o mundo pode brincar, pode
sonhar, pode se divertir, pode torcer.
Já se sabe que ganhará o melhor, o mais
forte, o mais concentrado o mais blablabá, então, que bacana é compartilhar uma
mensagem de que sonhos são possíveis sempre e para qualquer pessoa?
Quando o jogador ajudou Alan, ele deu
um recado de humildade e de inclusão. Nenhuma parafernália vai substituir a
dedicação e a vontade do coração e da alma humana.
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